Mendonça Mendes lamenta críticas de Aguiar-Branco ao líder do PS: "Ataque de alguém que não tem legitimidade"

por Antena 1

Foto: Gonçalo Costa Martins - Antena 1

Um ataque direto ao líder do PS e uma tentativa de normalização do Chega. É desta forma que o deputado socialista António Mendonça Mendes comenta as afirmações do presidente da Assembleia da República sobre Pedro Nuno Santos durante a reunião do Conselho Nacional do PSD.

De acordo com os relatos do interior do encontro - e ao que apurou a Antena 1 -, José Pedro Aguiar-Branco, que é também militante do PSD, terá dito à porta fechada que o secretário-geral do PS "fez pior à democracia em seis dias do que André Ventura em seis anos" e que a queda do Governo foi um "ataque ao regime".

Em declarações na Antena 1, no programa Entre Políticos, António Mendonça Mendes, ex-secretário de Estado do PS, considerou que Aguiar-Branco prestou um "mau serviço" à democracia.

"O presidente da Assembleia da República convive pacificamente com o Governo querer uma comissão privada de inquérito e não uma Comissão Parlamentar de Inquérito, e convive pacificamente com uma ideia do PSD de que podia resolver isto em 15 dias - e depois em 80 dias e depois já ninguém percebe nada. O mau serviço que o Governo e que este primeiro-ministro fizeram à democracia continua com a declaração que o presidente da Assembleia da República ontem [no Conselho Nacional do PSD] faz à porta fechada, mas que fizeram questão de divulgar e que é um ataque ao secretário-geral do PS", diz.
Para o vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Aguiar-Branco contribuiu para uma "normalização" do partido de André Ventura.

"É um ataque de alguém que não tem legitimidade (...) Se essa declaração for verdade, o presidente da Assembleia da República fez mais pelo Chega numa declaração do que toda a tentativa que o Chega tem tido de se normalizar ao longo dos últimos anos", insiste o ex-secretário de Estado Adjunto de António Costa.

À Antena 1, o deputado socialista refere ainda que o atual período político é "muito incerto" do ponto de vista internacional e que, nesse sentido, obriga a uma "responsabilidade dos atores políticos".

"A primeira responsabilidade era, sem sombra de dúvida, do primeiro-ministro e do presidente da Assembleia da República", conclui António Mendonça Mendes.
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